segunda-feira, julho 23, 2007

Eutanásia do coração

Se algo já está praticamente morto, por que não desligar os aparelhos?

Tudo num quase Criado-mudo ou Criado-mudo por acaso

O meu criado-mudo não é um criado-mudo. E isso não porque ele fala. Quer dizer, até que ele diz muito sobre mim. Ele não é um criado-mudo porque é uma mesa de madeira, dessas dobráveis. Foi parar no meu quarto na época da monografia, por falta de uma escrivaninha decente, e nunca mais saiu de lá. Como mudei o tema da bendita mono umas três vezes, (inclusive, no princípio nem monografia era, e sim projeto experimental) livros, cópias de artigos e revistas sobre tudo o que se possa pensar começaram a se acumular, até quase atingir o teto. E era ótimo ver aquela montanha de papéis na minha frente e ir mudando de foco de 10 em 10 minutos. Isso, ou é conseqüência do signo de gêmeos* ou eu tenho uma puta dificuldade de concentração (qual é mesmo o nome disso?). O tempo foi passando, finalmente consegui parar num tema por puro desespero, e em dois meses, fiz uma monografia muito viajada, e por isso superficial. Mas fui aprovada.
Depois disso, me acostumei àquele novo componente do meu quarto. Os papéis foram ficando, a mesa foi ficando e acabou virando criado-mudo. Todos os dias, antes de dormir, afasto um pouquinho a bagunça pra colocar meu copinho de água (sem ele eu não durmo) e meu celular.
Lá agora tem de um tudo. Virou mesmo um abarrotado de coisas, o que me faz sentir como uma daquelas pessoas loucas que vi no Fantástico, que não conseguem jogar nada fora e vivem no meio de um monte de tralhas, sem nem conseguir andar direito pela casa.
O meu mal-criado-mudo tem as minhas revistas femininas bobas mas úteis, revistas sobre viagens, revistas que li e gostei, revistas que não gostei mas acabaram ficando perdidas por lá, alguns livros que eu nunca vou ler, um secador de cabelos, uma chapinha, caixas de cd vazias, comprovantes de débito (Como eu tenho gastado em porcarias...),caderninho e canetas, e às vezes, até roupas aparecem por lá.
Desorganizada eu? Imagina... A verdade é que eu me encontro no meio da minha bagunça e não há nada que a minha mãe e as minhas tias mal-comidas digam que me façam ser uma “mocinha” que tem lugar e regra pra tudo. Elas sempre dizem: “Que coisa feia, moça tem que ter um quarto arrumadinho...” Pra mim, não há nada mais prático do que ter quase tudo o que eu preciso espalhado numa mesa, ao meu alcance em segundos. Não tenho paciência pra guardar cada coisa numa gavetinha especial, com etiquetinhas cor-de-rosa. Muito menos de procurar as coisas em gavetinhas especiais. Não se enganem: gavetas não foram feitas pra facilitar a vida da gente.
Não concordam? Tudo bem! Mas eu garanto que meu quarto é cheiroso e limpinho, apesar da desordem.


*Geminianos: Inconstantes, detestam rotina, mudam de idéia a cada 5 segundos, e ainda têm múltipla personalidade. Ah, e são infiéis. Cuidado!

quarta-feira, julho 11, 2007

Coisas a fazer antes de morrer

1. Amar o máximo de pessoas e coisas possíveis;
2. Morar por algum tempo (pouco ou muito) numa comunidade alternativa, com pessoas místicas e espiritualizadas, que não pensem que o fim da vida é ser um assalariado que leva a família pra passar as férias na Disney;
3. Adotar uma criança;
4. Ir a muitas rodas de samba;
5. Fazer algumas tatuagens;
6. Escrever e produzir uma peça de teatro;
7. Escrever sobre os meus pais;
8. Comprar um loft ou uma casa com o mínimo de paredes e decorá-la da maneira mais louca possível;
9. Assistir várias vezes aos filmes que mais me emocionaram;
10. Ter um namorado bem mais velho;
11. Ter um namorado bem mais novo;
12. Visitar a Índia, o Nepal, a Tailândia e a selva amazônica;
13. Virar líder religiosa;
14. Escrever um livro erótico;
15. Ouvir milhões de vezes as músicas que me fazem encher os olhos de água e as que me fazem quase estourar de euforia;
16. Fazer um cara chorar por mim;
17. Viver um grande amor;
18. Dizer “Fodam-se” e realmente não me preocupar com o que os outros pensam.

segunda-feira, julho 09, 2007

Fantasmagórica

...E se eu ainda tivesse mais alma pra dar...