quarta-feira, julho 09, 2008

Quixotéias

Parte 2 - versão 1.

Tudo bem, a história tem que ter uma continuação. Algo um pouco mais rodrigueano que quixotesco, mas só um pouco, ok? Esqueci que nossos personagens não ganharam nomes. Então, eis os nomes: Elis e Miguel.
E eles até podem se encontrar no Bairro da Liberdade, como você queria. Ahahaha isso acabou se tornando uma metáfora... Um baita clichê.
Ele quer adrenalina. “Pular a cerca”, termo chulo que seria mais apropriado se não tentássemos tanto ver glamour no assunto.
Ele quer novidade e acha que a Internet é o meio mais propício pra isso.
Ela? Ela está precisando mesmo é se sentir viva.
Miguel quer ver Elis. Elis sente uma vontade-curiosidade de ver Miguel, mas resiste. Não é moralista ao considerar o comportamento dos outros, mas no fundo, necessita seguir seus próprios valores morais.
Uma estranha atração começa a surgir aí. Subitamente. “Súbito” é uma palavra que tem rondado minha mente e tenho adorado. E como tal, preciso consultar o dicionário, mesmo que esteja careca de saber o significado. De súbito: o que ocorre ou surge sem ser previsto.
Elis é uma mistura do correto e do incorreto. Do planejado e do impulsivo. Entra no jogo, mas sabe que pode acabar sendo engolida pelo tabuleiro. E o que ela quer é muito mais do que um xeque-mate.
O cuidado precisa ser redobrado. Não pode haver um só pingo de envolvimento. Ela acha que sabe onde está pisando.
Basicamente, Miguel é interessante. Inteligente... quente... aventureiro.
Elis não gosta dos aventureiros... a não ser, é claro, para as aventuras...
Ela gosta dessa mania sua de mudar de idéia e de ser pega pelo próprio gosto que conforme a circunstância muda as papilas gustativas de lugar sem perguntar se pode. Ela começa a pensar rápido demais e isso acaba secando a garganta e a autocensura.
Se algo não estimula o coração não quer dizer que não estimule também o cérebro ou o corpo.
Elis quer brincar. Com fogo. Com água. Na lama. Na cama não. Seria óbvio demais e obviedades não inspiram.
E já que foi escolhida como a musa inspiradora de Miguel, quer ser uma musa de verdade. Embora ele não seja um artista de verdade.
Ela não pode ser igual às outras. Detesta a idéia de ser igual. Quer ser única. Original. Autêntica, embora fruto de uma imaginação fértil.
Original: que não ocorreu nem existiu antes. Autêntico: Genuíno, fidedigno.
Procura-se significados novos para palavras gastas.
O plano é ser como um raio que deixa como vestígio uma árvore derrubada.
Como derrubar Miguel? Elis nem tem uma personalidade destrutiva, semeia a paz e o amor, mas está tão entediada que acha que pode usar Miguel. E é isso mesmo que Miguel quer: ser usado. Diz que se cansou de usar.
Nesta parte da história, o segundo acaso: Elis está na maior livraria da cidade, não está à procura de nada específico, apenas “olhando”, como dizem, e de repente, neste “olhando”, acha Miguel, em meio às estantes. Ele está a uns 6 metros de distância, de mãos dadas com a namorada.
Será que isto já está ficando ao menos um pouco rodrigueano? Mas, bem, como você disse, somos de vanguarda.
Preciso voltar à cena da livraria!
Elis só tem alguns segundos para decidir o que vai fazer...
...

sexta-feira, julho 04, 2008

Amor-clichê...

Pleonasmo vicioso.